Nesta interdisciplina foram realizadas até o momento 7 atividades que muito contribuíram para importantes reflexões a cerca da minha formação docente, o processo histórico da educação e a relação deste processo com a nossa realidade atual.
Na atividade 1 através da leitura de duas obras de Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia e Pedagogia da Indignação, foi possível analisar toda minha trajetória como discente e docente e pensar no que realmente foi significativo mim, como se formou a pessoa que sou hoje e também a profissional que me tornei, sem esquecer de algumas palavras do mestre: “... não existe docência sem discência”, ou seja, o ensino não é tarefa exclusiva do professor, assim como o aprender não se restringe ao aluno. Segundo as palavras do mestre: “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”.
Na atividade 2 foi possível conhecer um pouco sobre as idéias de Durkhein. Segundo o autor, sociedade e educação estão intimamente ligadas porque para ele a educação se faz por meio da socialização dos indivíduos. Através do convívio em sociedade o ser humano é capaz de desenvolver habilidades que dificilmente se manifestariam espontaneamente, pois as relações sociais fazem com que pensamos e agimos de forma diferenciada, buscando interesses comuns, não apenas interesses pessoais e, quando buscamos melhorar a sociedade, estamos melhorando a nós mesmos.
De acordo com o autor, a educação é responsável por preparar o indivíduo a conviver em sociedade, pois disto resultará também sua própria sobrevivência.
Na atividade 3 conhecemos as idéias e Weber, e comparamos a formas de dominação descritas por ele, com a realidade das escolas em que estamos inseridos. Comparando as idéias de Dukhein com as de Weber, percebo que o primeiro acreditava que a sociedade, através da educação formava cidadãos que viessem a suprir as necessidades da sociedade e o segundo nos fala das formas de dominação, ou seja, as classes dominantes agindo conforme seus interesses e se aproveitando da educação para de forma autoritária continuarem ocupando os postos privilegiados.
A atividade 4 foi nossa aula presencial, onde a professora fez um retomada destes dois autores, esclarecendo algumas de nossas dúvidas.
Atividade 5 nos possibilitou conhecer sobre as polêmicas idéias de Marx. De acordo com as leituras realizadas e as contribuições de diversas colegas no fórum, ele foi um grande pensador, filósofo, crítico, enfim, um intelectual que enxergava para além do seu tempo, pois previa os efeitos negativos que o capitalismo causaria a sociedade ao longo do tempo e acreditava que a educação teria o importante papel de tentar impedir ou amenizar os estes impactos a população. Ele naquela época, já sabia que o homem somente poderia se desenvolver em sua totalidade, se capaz de desenvolver o intelectual, físico e técnico e que para isso não poderia cumprir excessivas jornadas de trabalho. Para Marx a educação deveria ser libertada da idéia capitalista de formar meros operários, segundo os interesses da classe dominante
Na atividade 6, tomando por base o texto “O trabalho docente, a pedagogia e o ensino” de Maurice Tardif, foi possível refletir sobre as idéias do autor que, através de um trabalho de pesquisa, desenvolvido com base no trabalho docente, faz comparações entre este e o trabalho industrial, analisando suas características, tecnologias, diferenças, objetivos, enfim, nos levando a tentar repensar a natureza da pedagogia e conseqüentemente do ensino no ambiente escolar.
Segundo o autor, o trabalho docente, assim como outros tipos de trabalho exigem varias atribuições, competências, responsabilidades, mas se difere dos demais, principalmente porque consiste basicamente na interação entre as pessoas e toda a complexidade que isto representa, ou seja, o professor está em constante contato com os alunos e o resultado do seu trabalho irá depender em boa parte desta relação estabelecida entre eles.
Por último a atividade 7 que com base no texto “Desigualdades educativas estruturais no Brasil: entre Estado, privatização e descentralização”, do autor A. J. Akkari, foi possível analisar o sistema de ensino no Brasil e as diferenças que nele existem, fazendo uma comparação com a realidade da escola onde trabalho e com as escolas do Estado do Rio Grande do Sul. De acordo com as leituras realizadas, historicamente a luta em prol da educação pública passou por vários períodos importantes, desde 1934 até os dias de hoje, porém obteve progresso, nas últimas décadas. Progresso esse, ainda muito longe de ser satisfatório, se analisarmos o ensino das escolas públicas comparadas ás escolas particulares. Como nos diz o autor, apesar de uma legislação e de um discurso político onipresentes, a rede pública padece de numerosas fraquezas qualitativas e quantitativas. O resultado atual é um sistema educativo fragmentado, organizado em redes disparates, dificilmente comparáveis entre si. Ou seja, nossas escolas públicas ainda estão despreparadas para lidarem quer com número excessivo de alunos que comportam, quer para lidarem com um ensino de qualidade que conta o apoio financeiro expressivo por parte do poder público, necessita também de uma reorganização em suas estruturas para poderem adquirir mais autonomia em busca de uma descentralizada e democrática, logo, de qualidade.