sábado, 27 de novembro de 2010

EIXO VIII

O eixo VIII foi muito bom de retomar, pois neste eixo foi realizado o estágio curricular, sendo este muito gratificante de realizar, mesmo sendo cansativo, devido suas exigências, foi uma experiência bastante interessante.


Meu estágio foi realizado na Escola Especial na qual trabalho como secretária, por essa razão me afastei 20 horas desta função para me dedicar a turma do Ciclo II.

Foram dois meses de estágio, que teve início em 12 de abril até 11 de junho. Durante esse tempo foi desenvolvido o Projeto sobre o 20 anos da entidade mantenedora da escola, a APAE, sendo este tema escolhido já no início do ano pela equipe de professores e achei interessante dar continuidade no tema, pois a comemoração do 20 anos seria no mês de agosto.

Realizamos diversas atividades como entrevistas com os profissionais da escola, linha do tempo da escola e dos alunos, pesquisas sobre a criação da escola, da entidade, produções de textos coletivos, desenhos coletivos, e demais atividades que contemplassem diversas áreas do conhecimento, tendo por objetivo conhecer a história da escola, valoriza-lá e reconhecendo-se como parte importante dela.

Foi uma rica experiência profissional e também pessoal, pois o convívio diário que já mantinha com esses alunos, fortaleceram ainda mais nossos laços de amizade, fazendo com que dessa forma fosse possível valiosas aprendizagens para a vida pessoal.

No que se refere ao aspecto profissional, pude me aprofundar na teoria de Vygotsky e relacionar com a prática, encontrando subsídios que sustentassem essa prática.

Contudo, percebi que segundo o autor, é por meio das relações sociais que o indivíduo aprende e se desenvolve, por isso a importância de atividades que promovam a interação e cooperação dos alunos, pois através de práticas contextualizadas, planejadas é possível contribuir para uma aprendizagem de fato significativa

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

EIXO VII

Ao visitar o eixo VII, relembrei a interdisciplina da EJA, sendo esta a que mais me chamou atenção, pois somente tinha a visão de Educação de Jovens e Adultos na modalidade educação especial desenvolvida na escola onde trabalho.

Através das atividades disponibilizadas, foi necessária a visita a uma escola regular que contemplasse a EJA. Foi então o que fizemos uma colega minha e eu para conhecer um pouco do trabalho desenvolvido nela, estrutura física, equipe de professores e os alunos.

Visitamos uma escola do município de Torres, localizada na localidade de Campo Bonito que funciona no período da noite. Através de entrevistas pré-estruturadas verificamos a existência de Regimento, PPP, parecer de funcionamento, entre outros documentos importantes na escola. Conversamos com a Diretora da escola que nos recebeu muito bem, pronta a nos auxiliar no que fosse necessário. Ela colocou da realidade enfrentada nestas escolas, na qual se trata de um público reduzido que freqüenta pouco as aulas e que geralmente não contempla a real finalidade da sua criação que seria de atender a uma clientela que não teve acesso a escola em tempo adequado e na vida adulta pode se valer dessa possibilidade.

A realidade encontrada foi um público bastante jovem que após consecutivos fracassos escolares e tendo ingressado no mercado de trabalho, sente a necessidade de aprimorar conhecimentos e adquirir um diploma para melhorar o seu rendimento salarial.

Essa realidade foi comprovada por meio das entrevistas que realizamos com os alunos que lá se encontravam. A maioria deles era jovem ou adolescente que trabalhava durante o dia, que havia abandonado os estudos por um motivo ou por outro e que via ali possibilidade de concluir os estudos, uma vez que esta modalidade apresenta meios mais flexíveis de avaliação.

Essa experiência foi muito importante para fazermos um comparativo da realidade da nossa região e o que a interdisciplina vinha apresentando, sendo que presenciamos uma realidade um pouco diferente do que prevê a esta modalidade, mas não significa que seja menos importante, ao contrario, é mais uma oportunidade tanto para adultos que não tiveram acesso a educação na idade adequada, quanto para adolescentes e jovens que decidem retomar os estudos.

EIXO VI

Nesta semana retomei o eixo VI e nele pude relembrar a interdisciplina de educação especial a qual depositava grandes expectativas, tendo em vista que trabalho em uma escola de educação especial. Acreditava que ela viria como um enriquecimento ao trabalho desenvolvido na escola, seja durante o estágio com os alunos, seja em outros seguimentos da entidade.

Pois bem, ao analisar toda a caminhada percorrida desde nossa primeira aula presencial com o professor Claudio Baptista, foi possível refletir o quanto minhas crenças e convicções sofreram modificações durante essa trajetória. Em nossa primeira aula presencial tive uma grande decepção quando ouvi do referido professor que em quando existissem as APAEs a inclusão de fato não se efetivaria. Confesso ter ficado muito frustrada com essa afirmação e durante a aula mesmo, fizemos alguns questionamentos, demonstrando uma postura contraria a tal afirmação, sem que pudesse compreender o que de fato ele estava tentando dizer.

Após o estagio curricular, o acompanhamento com a professora Gabriela e a tutora Graciela, ambas dedicadas especificamente a educação especial pude avaliar melhor uma visão vinda de fora da entidade APAE. Dessa forma, fui aos poucos buscando embasamento teórico na teoria sócio-interacionista de Vygotsky e com ela remodelando a ideia que tinha sobre inclusão.

Acreditava que a inclusão pudesse mesmo acontecer, mas que isso levaria ainda um bom tempo, pois achava que os professores estavam despreparados, que as escolas não disponibilizassem de estrutura física, pessoal e emocional para lidar com essa realidade.

Hoje após analisar e compreender que na perspectiva Vygotskyana a aprendizagem ocorre a partir das relações sociais e com o meio, bem como o desenvolvimento está diretamente ligado a aprendizagem, pude avaliar melhor as palavras do professor naquela nossa primeira aula presencial e compreender que ele estava querendo nos alertar da importância que significa a pessoa com deficiência conviver com as ditas normais e vice-versa, pois a troca poderá proporcionar ricas e significativas aprendizagens para ambas as partes, o que dificilmente ocorreria se estivessem convivendo em ambientes separados, mas que acima de tudo este é um direito que não pode ser privado de nenhum ser humano, o de conviver com as diferenças.

Percebi que a inclusão já demorou tempo demais para se efetivar, e que somente encontraremos soluções, quando deixarmos ela acontecer.

Não quero de forma alguma me posicionar contra a escola regular, tampouco contra as APAEs, sendo que considero o trabalho de ambas fundamental para nossa sociedade, mas gostaria de deixar claro a visão que tinha antes para que tenho hoje, do que de fato significa inclusão, sobretudo das pessoas com deficiência intelectual que enfrentam um preconceito ainda maior. Tenho consciência do grande desafio que isso significa, do quanto ainda tenha que ser feito para qualificar este trabalho, mas também estou ciente da importância da troca entre pessoas ditas normais.