sexta-feira, 26 de junho de 2009

Desenvolvimento Moral

A partir da leitura dos textos indicados pela interdisciplina de Psicologia II, sobre o desenvolvimento moral da criança, foi possível pensar em uma situação agressiva ocorrida em meu cotidiano escolar, porém após as reflexões proporcionadas pelos textos, não as encarei meramente como violentas, mas pude perceber que certas atitudes dos alunos, estão refletindo o modo como eles estão pensando naquela fase do seu desenvolvimento.
Os alunos estavam se dirigindo para o refeitório quando dois colegas começaram a rir, parecendo estar olhando para um terceiro, este que não ouviu a conversa, porém achou que estivessem rindo dele, partiu para cima de um dos colegas o peitando, perguntando por que estavam rindo dele, o que gerou alguns empurrões. Em seguida houve a intervenção de uma professora que estava mais próxima dos alunos, para que a situação não se agravasse ainda mais. Mais tarde, a professora regente, levou os alunos para conversarem em outra sala, separados dos demais alunos e tudo foi esclarecido através do dialogo.
Tratava-se de alunos com idades entre 8 e 12 anos, da escola especial, na qual trabalho atualmente. Por se tratarem de alunos com deficiência mental, acredito que o desenvolvimento moral se desenvolva um pouco mais tarde, em consonância com o próprio desenvolvimento cognitivo e intelectual que se faz de forma mais lenta.
Segundo o texto “Significações de violência na Escola: Equívocos da compreensão dos processos de desenvolvimento moral na criança?” de Jaqueline Picetti, com base na teoria de Piaget:

“... Piaget (1994) observou que, até em torno dos dez anos, os atos são avaliados segundo seus resultados, independente das intenções. Como podemos observar no relato acima, Cristiano, provavelmente, avaliou o ato do colega Igor pelo seu resultado, isto é, o empurrão. Cristiano, possivelmente, ainda encontre dificuldades em se posicionar em relação ao pensamento de outra pessoa, conseguindo pensar apenas a partir do seu ponto de vista, o que, da mesma forma, foi estudado por Piaget como característico do processo de desenvolvimento moral.”

Dessa forma, na situação descrita anteriormente podemos observar que o aluno não conseguiu pensar no ponto de vista dos colegas e agiu de acordo com o seu ponto de vista, demonstrando estar avaliando os atos, realmente pelos resultados, independente da intenção que o colega pudesse ter.
Neste sentido, acredito que a escola deve agir de forma a contribuir com um desenvolvimento moral autônomo. Pois, de acordo com os textos, podemos observar duas formas com as quais o desenvolvimento da moralidade procede: a primeira denominada heteronomia, o qual o sentimento de respeito é imposto pelo adulto; e a segunda nomeada de autonomia, no qual a criança identifica o sentimento que ele deve ter em situações de conflito moral, assimila e põe em prática, sem necessariamente haver a imposição de uma autoridade. Porém o que vemos acontecer na maioria das vezes nas escolas é um incentivo maior da primeira.

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