domingo, 2 de maio de 2010

Reflexões 3 semana

Nesta terceira semana não posso fugir muito daquilo que relatei no relatório do planejamento, pois conforme já citado no wiki pude refletir não somente sobre a prática em sala de aula, mas também contar com o auxílio do texto sugerido pela tutora Graciela Rodrigues, Educando o Olhar da observação – Aprendizagem do olhar de Madalena Freire Weffort, onde foi possível uma analise mais detalhada de como venho lançando meus olhares sobre meu fazer docente e sobre as situações vividas em sala de aula.
No decorrer da semana fui surpreendida com duas situações mais especificamente. A primeira foi durante a brincadeira da fazendinha, cujo a proposta inicial era de utilizar as peças para realizar cálculos matemáticos. Como relato no diário de bordo, os alunos não tiveram as ações que achei que teriam de criar diversas situações novas com relação a compra e venda dos animais da fazenda, pois acreditava que tivessem empolgados com uma proposta diferenciada e por essa razão isso acabaria sendo uma conseqüência. Porém, eles apreciaram a brincadeira, mas deram um rumo diferente daquele que eu pensei que fossem fazer, mas que não significa que não houve aprendizagem, pelo contrario, eles acrescentaram suas vivencias e expectativas na brincadeira, onde deixei que fluísse naturalmente e em conjunto com o que eu tinha proposto.
A segunda situação se refere a sexta-feira, quando em minha mente já havia definido que deveria incentiva-los com relação aos recursos existentes e faltantes em nosso município, pois acreditava que não teriam claramente definidos e precisariam de um empurrãozinho para fluir. Ao contrario do que imaginei, eles facilmente colocaram diversos nomes de recursos que temos, mas o que mais me surpreendeu foi com relação aos que não temos, o que também chamou a atenção de outros professores que viram os escritos no quadro.
O texto nos chama a atenção para como vemos o trabalho desenvolvido por nossos alunos, se é como eles realmente estão realizando, ou como nós mesmos gostaríamos que fosse. Também nos alerta para um fato comum, geralmente não escutamos as pessoas que nos cercam, porque na realidade não temos interesse em saber o que elas pensam, mas como nós gostaríamos que elas pensassem.
Foi isso que percebi que estava fazendo de forma indireta, pois antes do desenrolar das aulas eu já estava fazendo uma previsão de como os alunos iriam agir e indiretamente querendo interferir em suas atitudes.
Após a leitura do texto, parei para refletir primeiramente minhas próprias ações, pois como ele afirma, “a ação de olhar é um ato de estudar a si próprio”.
Neste sentido estou procurando aos poucos redirecionar meu olhar e minhas ações, pois quando nos antecipamos a uma atitude de nossos alunos, podemos estar sem querer interferindo o seu ponto de vista. Mesmo acreditando que me encontrava neutra frente as indagações dos alunos, pude refletir que minhas idéias de uma forma ou de outra estavam se antecipando as colocações que os alunos fariam, pois quando me dei conta de como fiquei surpresa com a reação deles é que percebi que somente fui surpreendida por esperar que agissem de acordo com as minhas expectativas.

Um comentário:

Roberta disse...

Daiane!!

Não é incomum as nossas aulas irem por caminhos que nem imaginávamos. Eles muitas vezes nos surpreendem e mais ainda nos mostram que nem tudo deve ser planejado nos mínimos detalhes pois é através dessa interação que devemos pensar em nossas aulas.
O olhar atento é mesmo tudo.

Abraços
Roberta