sábado, 9 de outubro de 2010

EIXO IV

Durante este mês, vamos relembrar as interdisciplinas do eixo IV, dentre elas escolhi a de matemática para visitar e refletir essa semana.
Analisando as atividades realizadas, pude refletir que esta foi, assim como no eixo anterior, uma interdisciplina que priorizou a prática, pois ao trabalharmos conceitos como classificação e seriação, números e operações e espaço e forma, o fizemos de forma bastante prática, através de atividades que deveriam ser aplicadas diretamente com os alunos.
Ao realizar todas essas atividades, vivenciamos muitas aprendizagens seja por parte dos alunos, seja por nossa própria experiência. Ao relembrar algumas atividades realizadas neste eixo, percebi que aproveitei algumas atividades sugeridas pela interdisciplina, mas que se tivesse realizando este exercício de rever os eixos estudados, poderia ter aproveitas muitas outras também bastante interessantes.
Conforme sugerido nos comentários do portifólio, no qual se refere a falta de referencias de autores e/ou conceitos, estou procurando a partir de então, fazer a costura entre os exemplos trazidos e algum texto mais significativo.
Com relação a interdiscilplina de matemática, pude refletir sobre o texto de Daniela Stevanin Hoffmann, que diz o seguinte:
“Segundo Papert (1980), o ensino da Matemática, tradicionalmente feito nas instituições escolares, é um processo que faz a criança “esquecer a experiência natural da matemática a fim de aprender um novo conjunto de regras” (p.243). Carraher (1989) também caracteriza a matemática escolar como não sendo significativa para o estudante, mas, sim, uma atividade institucional cujo objetivo é que o sujeito realize a tarefa definida pelo professor, saia-se bem em um exame, preencha o tempo na escola ou, até mesmo, aprenda Matemática.
Via de regra, a professora demonstra e/ou explica um procedimento e, a seguir, os alunos executam atividades que visam à prática do mesmo. Quando exemplos da vida diária são introduzidos na sala de aula, eles visam à execução das rotinas demonstradas pela professora, não à compreensão da situação e sua utilização para a compreensão de conceitos matemáticos. (Carraher, 1989, p. 90).
Piaget (1973), que acredita na construção natural e gradual das estruturas lógico-matemáticas elementares, critica a ênfase do ensino na transmissão de verdades do professor para os alunos, pois além da linguagem do professor ser extremamente axiomática e complexa, diferente da linguagem do aluno, essa transmissão não se preocupa com e nem oportuniza as idéias espontâneas da criança. O autor (2002), preconiza que a aprendizagem ocorre a partir da interação entre sujeito e objeto – colocando em evidência a atividade do sujeito apoiada no objeto e, ao mesmo tempo, limitada por ele –, portanto dependente de ambos, numa construção contínua.
Assim, para construir conhecimento, é preciso reestruturar as significações anteriores – a idéia que o aprendiz traz consigo –, produzindo diferenciações e integrando as novas significações ao sistema de significados do sujeito. Essa integração resulta da atividade de diferentes sistemas lógicos do sujeito, que interagem entre si e com os objetos a assimilar ou com os problemas a resolver. O conhecimento novo para o sujeito é produto de sua atividade intencional, interatividade cognitiva com os pares, trocas afetivas e investimento de interesses e valores’’.
Como podemos observar, trata-se de passagens bem objetivas no que se refere a como devemos trabalhar a matemática na escola, utilizando exemplos presentes no cotidiano dos alunos, práticas diversificadas e prazerosas, pois somente assim elas poderão se tornar significativas para os alunos, quebrando o tabu de que a matemática é difícil e complicada.

2 comentários:

Rosângela disse...

Oi Daiane,

Acho que a discussão em torno da Matemática é sempre válida, pois sabemos que a realidade das escolas, nessa área, é marcada por dificuldades e reprovação. Isso se deve, na maioria dos casos, a maneira "artificial" como os conteúdos são trabalhados. Certamente, temos muito que evoluir nesse aspecto.

Quanto à tua postagem, eu não poderia deixar de destacar que os aspectos teóricos que trouxeste são bastante densos e revelantes para a discussão, mas senti falta de uma "costura" com o teu pensar. Produziste um parágrafo introdutório e outro de fechamento, em que destacas de modo geral a importância da Matemática. A citação, no entanto, tomou conta do teu texto e falou por si. Sugiro que, nas próximas postagens, faças uma citação menor e que, com tuas palavras, procure avançar na discussão, produzindo um dizer mais profundo e reflexivo.

Espero, com isso, te ajudar a produzir textos verdadeiramente acadêmicos, certo? Imagino que a construção do TCC também esteja sendo uma experiência muito rica nesse sentido.

Beijos, Rô Leffa.

CICLO II disse...

Oi Rosângela,
Realmente, minha postagem ficou bastante intensa no que se refere a citação, porém não fiz muitas costuras justamente por considerar que as referências ja diziam tudo e confesso que estou me dedicando mais especificamente ao construção do TCC mesmo, buscando fazer esta costura tanto do meu pensar quanto com a prática realizada durante o estágio, cumprindo com as exigências de um texto mais acadêmico.
Mesmo assim agradeço pelas tuas contribuições.
Um abraço
Daiane Matos